15 de junho de 2015

Sobre a conferência da Sony na E3 2015 (do ponto de vista de alguém que queria saber mais sobre os jogos apresentados)

Não importa o que eu fale, para 99% dos gamers ao redor do mundo essa foi a melhor conferência da história da E3 só por ter anunciado o remake de Final Fantasy 7.


Sem contar as ressurreições de Shenmue 3 e de The Last Guardian, que provavelmente vão ser mais lembradas que a de Lázaro, mas provavelmente menos que a do Superman.

E No Man’s Sky continua parecendo um milagre tecnológico videogamístico, do tipo que vamos continuar falando por anos e anos. Ainda citaram o Carl Sagan, o que sempre me faz dar pontos positivos (sério, admiro bastante ele).

E teve o projeto novo da Media Molecule, Dreams, me parece ser um tipo de über Minecraft, onde ele funciona mais como uma ferramenta para criar coisas (animações, jogos, esculturas virtuais, etc.) do que propriamente um jogo, e que me impressionou deveras, sempre acho legal quando criam esses jogos focados em criação de conteúdo por parte dos jogadores, por mais que eu seja um grande incompetente neles.

Tudo isso é muito legal. Mesmo.

Mas eu não consigo deixar de achar que a conferência da Sony foi decepcionante.

Eu realmente queria fazer um comentário que nem o que eu fiz com a da Microsoft, onde eu falei dos jogos e das notícias que me chamaram a atenção positivamente. Foi o que eu fiz, de maneira resumida, nos parágrafos anteriores. Só que, de maneira geral, fiquei com essa sensação de que a Sony não se importava com o que estava anunciando, desde que anunciasse.

Respeitando o anúncio do jogo


Ano passado, a conferência da Sony pareceu durar quatrocentas e dezevinte décadas. Não acabava nunca. Os apresentadores continuavam falando e falando e falando e falando e foi cansativo pra burro. E, justamente, meio mundo criticou muito a Sony por isso.

Então, neste ano, parece que eles adotaram a postura de “vamos logo com isso”.

Todos os trailers e demos me pareceram meio corridos e mal explicados, os apresentadores queriam chegar logo no próximo tópico, sem dar tempo para a platéia absorver melhor o que foi anunciado.

Pelo menos foi o que eu senti. Posso acabar sendo único que sentiu isso, inclusive isso pode ser fruto de eu não ser fã hardcore de Playstation.

Mas, por exemplo, o anúncio de Final Fantasy 7. Começou com um “agora, o jogo que vocês esperam há mais de dez anos”, passou o trailer, a platéia enlouqueceu e o apresentador foi direto falar do acordo com um estúdio indie que ia trazer quatro novos jogos para o PS4. Não explicou nada direito sobre FF7. Nem teve um pouco de propaganda, falar uma coisa mais “Sim! Ele voltou! Yeah!”. Me pareceu que o mais importante era marcar o ítem da checklist como feito do que valorizar o jogo. Eles podiam ter valorizado o fato dos criadores da história original estarem participando do projeto, por exemplo, numa maneira de demonstrar que vai ser o remake dos sonhos ou coisa parecida. Um deles é o produtor, inclusive. Só que neca, tínhamos que ir logo para o próximo trailer.

O mesmo aconteceu com outros jogos, um senso de urgência meio estranho de que tudo tinha que acontecer logo.

Nessa, o foco de cada jogo apresentado parecia ser mais a exclusividade ou a prioridade do PS4 do que o jogo em si. Faz sentido?

Acho que o melhor meio que eu tenho de explicar isto é assim: A Microsoft me pareceu respeitar mais os jogos que anunciava, parecia que estava contente e orgulhosa de poder ter cada um dos jogos que ela exibiu na sua conferência, enquanto que a Sony parecia querer mostrar que os jogos deviam estar orgulhosos de estarem no PS4, e de terem conteúdo exclusivo.

E essa postura deixou uma impressão ruim. Não me deu a menor vontade de ir atrás de um PS4, nem mesmo para finalmente jogar Final Fantasy 7 (não, eu nunca joguei, sim, eu sou uma vergonha).

Conclusão


Acertar a duração dessas conferências é muito difícil. É preciso saber medir o tempo de cada demo, de cada trailer, de cada discurso de cada apresentador. Geralmente, elas são mais criticadas quando se demoram demais, como aconteceu com a Sony em 2014.

Só que o contrário também não é bom, é preciso também saber dar tempo para a platéia/espectadores absorverem a informação e, principalmente, respeitar o que está sendo anunciado. Infelizmente, a Sony pecou justamente com isso.

Ao menos na minha opinião, como sempre gosto de ressaltar. Pelo que vi nas internets, parece que fui o único a se incomodar com essa pressa toda da Sony.

Mas eu gostaria de deixar aqui uma frase do desenvolvedor de No Man’s Sky durante sua apresentação:

“Tem mais coisas que quero mostrar, mas só tenho três minutos.”

Óbvio que isso não prova nem é indicativo de nada quanto à qualidade da conferência, mas quero acreditar que pelo menos esse cara concorda comigo quanto à pressa da Sony não ter sido exatamente positiva.

Links


That’s A Wrap: PlayStation’s E3 2015 Press Conference (Sony)

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