3 de agosto de 2015

Sobre amiibo Schadenfreude

Vou falar de novo sobre amiibo, mas não sobre sua implementação em games, como já fiz antes, mas sobre a dificuldade de encontrá-los à venda. Ou melhor, vou falar sobre como eu, este morador do Brasil, um país onde tudo relacionado a videogames é ridiculamente caro e difícil de se conseguir, onde os impostos sobre aparelhos eletrônicos são quase tão altos quanto os sobre cigarros, onde sempre temos que rezar ao santo leão da Receita para que nossas importações não sejam taxadas indevidamente, onde temos que fazer um sacrifício em sangue toda vez que vamos buscar nossas compras internacionais no correio, onde mesmo produtos piratas podem ter o mesmo preço de um original e onde a Nintendo desistiu de tentar ter um representante local por conta das dificuldades de manter um mercado saudável com produtos e impostos tão onerosos, consegui comprar todos os amiibo que quis e toda vez que vejo um americano reclamando que não consegue comprar um amiibo ou que teve o pedido de pré-venda cancelado tenho vontade de rir da desgraça alheia, ou como os alemães chamam essa atitude, Schadenfreude.

Não apenas vou rir da desgraça alheia, como vou ficar esfregando na cara do mundo minha coleção de amiibo.
E antes que alguém comente, sim, eu sou um péssimo fotógrafo e sim, eu tenho o menino de Splatoon, mas está emprestado.

Pronto, acabou o assunto do post. Num parágrafo só. Mas, como eu sou um ser verborrágico, vou reescrevê-lo de maneira mais comprida para parecer que tenho mais conteúdo do que realmente tenho.

Como comprar amiibo


Aqui um dos meus amiibo favoritos, o Ness, não apenas por ser um dos meus personagens
favoritos como por eu sempre ter achado o design dele perfeito para um brinquedo/figure.

Para começar, tenho que dar o braço a torcer e admitir o óbvio: a Nintendo tem sido cronicamente incompetente para lidar com a demanda dos amiibo.

Porque é isso o que eu acho que está gerando a dificuldade de encontrá-los: incompetência. Eu tenho como filosofia pessoal acreditar que as pessoas não são inerentemente boas nem más, mas sim burras. Portanto, eu realmente acho essas teorias de que a Nintendo está manipulando a distribuição dos amiibo para gerar uma escassez artificial uma grande bobagem. Se bem que eu não tenho informação nem formação o suficiente para avaliar o que realmente acontece na Nintendo em relação à distribuição e venda de amiibo. Encarem a minha opinião no assunto apenas como isso: uma opinião.

Outro favorito, o Shulk. No caso dele é por eu adorar Xenoblade Chronicles e por ele ter sido
ridiculamente difícil para os americanos comprarem e eu nem tive que suar.

Vamos aos fatos então: nos EUA é muito difícil conseguir o amiibo que você quer. Estoques limitados, modelos exclusivos para certas lojas, gente escrota comprando vinte unidades do mesmo amiibo para revender no eBay, enfim, não é fácil.

Mas, ao mesmo tempo, é fácil.

Para começar, erga suas mãos para o céu e ore para Santa Palutena.

Basta a americanada fazer o que muitos de nós, gamers e colecionadores de figures brasileiros (coleciono figures também, aliás) fizemos a vida toda: matamos nosso coração, sacrificamos nossa alma, oferecemos nossas carteiras e contas bancárias para Belzebu e IMPORTAMOS. E PAGAMOS MAIS CARO.

É só ir num site japonês e importar: THE END.

Vou aproveitar e exibir algumas figures também. Aqui temos a cena nomeada
“Smash Bros: A batalha pela pokebola e o heart container esquecido”.

Porque essa que é a realidade aqui: se você quer ter certos luxos como games e figures originais, você ou tem que importar e pagar uma fortuna em envio e impostos ou você tem que ir numa loja especializada num grande centro urbano (não faço idéia como é para quem mora fora de uma capital aqui no Brasil, mas imagino que seja ainda mais infernal) comprar num valor absurdo de alto e ainda correr o risco de levar um pirata alternativo pra casa.

É uma bosta e é preciso dedicação e grana pra colecionar essas coisas por aqui, e é o que eu faço, e eu sei que o faço por ter uma renda razoavelmente estável. Eu escolhi gastar boa parte do meu salário com meus hobbies e por isso que tenho dificuldade de fazer ou ter outras coisas (como filhos, se algum dia tiver prole, adeus games e adeus figures).

Conclusão

Só para exibir que eu tenho DOIS Marths. O fechado vai ser um presente,
mas, mesmo assim, aproveitar enquanto posso: Dooooiiis Maaaarthssss. D-O-I-S.

Portanto, toda vez que eu vejo notícias de lojas programando um horário específico para abrir a pré-venda de um amiibo que eu já tenho, neste instante, na minha prateleira, eu dou risada, uma gargalhada má, cruel e cheia de ressentimento com esse bando de frescos que não estão dispostos a importar e esperar a demora da entrega ou pagar um pouco a mais para manter o hobby.

E, ao mesmo tempo que rio, começo a chorar ao lembrar que, no fundo, isso só é engraçado porque eles estão caindo ao nosso nível de dificuldade e sofrimento para colecionar estatuazinhas de plástico de personagens de videogames, e em seguida me encho de culpa por lembrar que só consigo ter esse hobby por fazer parte duma minoria que tem acesso a esse tipo de coisa aqui no Brasil.

Sim, o ideal era que todos pudessem ter acesso a tudo o que desejam comprar, uma utopia onde produtos estão sempre em estoque e as pessoas possuem renda o suficiente não apenas para viver minimamente bem, mas também para sustentar uma diversão não essencial e assim ter uma vida mais completa.

Mas, enquanto não temos isso, eu vou rir da cara da americanada abraçado no meu amiibo da WiiFit Trainer.

AHAHAHAHAHAHA, minha vida é tão patética, HUAHUAHUAHUAHUA, HAHAHAHAHAHA!!!

Links (lojas orientais que vendem amiibo e entregam no Brasil):


AmiAmi



J-Box



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